ZPE fortalece captação de novas empresas

Diante de um cenário político e econômico que continua, este ano, desanimador para os empresários brasileiros, o Ceará vê uma possibilidade de expandir os negócios e se tornar mais competitivo no cenário mundial. O Estado tem hoje a única Zona de Processamento e Exportação (ZPE) em funcionamento no País. E quer apresentá-la e divulgá-la não só para empresários locais, como nacionais e internacionais. Segundo o secretário de Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, Antonio Balhmann, a ZPE é o fato novo que existe no Brasil para estimular o País a conquistar o mercado manufaturado e superar uma limitação de 0,6% que o Brasil detém de manufaturado no mercado mundial. "Esse é o fato para vencer o desânimo do empresariado brasileiro".

No primeiro semestre de 2016 duas grandes empresas na área de produção de equipamento para petróleo e gás estão confirmadas para serem instaladas na ZPE. Uma com investimentos em torno de U$ 150 milhões, e a outra de U$ 20 milhões, elas só ficaram no Brasil, de acordo com Balhmann, por causa da ZPE. "Do contrário, elas tinham desistido do projeto no País".

Segmentos

No Estado, quatro setores estão sendo tratados como prioridade. O primeiro a conhecer os benefícios da ZPE foi o têxtil, junto com o de confecções e de roupas, que reuniu ontem, em almoço na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), empresários do setor com representantes do Estado da Secretaria de Assuntos Internacionais, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece). Além do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entre outros.

Os demais setores em prospecção são o calçadista, no qual o Ceará já tem uma importância significativa, sendo em volume o principal do País e o segundo em valor; o de granito, que já tentou exportar no passado; e o de petróleo e gás.

O presidente da Fiec, Beto Studart, diz que o setor industrial se vê diante de uma inércia, às vezes até irresponsável, porque são vitimas de problemas econômicos agora, mas que a situação já vem brotando do passado. "Somos culpados de não termos ido para fora buscar as alternativas. Temos que perder o medo de buscar opções no exterior".

Novos horizontes

Esta nova fase da ZPE, inclui, além da divulgação, a ampliação da área alfandegada, segundo informou a titular da SDE, Nicolle Barbosa. A ideia é ter um distrito industrial para as empresas que desejam se instalar na ZPE possam usufruir dos benefícios que ela oferece. Junto ao Mdic, ainda está sendo trabalhada uma área para alfandegar o setor petroquímico. "Temos que tirar o máximo de proveito da ZPE, pois é uma condição que só o Estado do Ceará tem".

Incentivos

O secretário de assuntos internacionais reforça que as condições para se instalar uma indústria na ZPE são totalmente diferentes do que é apresentada ao empresariado brasileiro fora da zona. Em que todos os impostos são suspensos; a operação pode ser feita com moeda de qualquer país do mundo; pedido financiamento com qualquer banco mundial, sem interferência do Banco Central; procedimentos administrativos simplificados; segurança jurídica; logística adequada pela proximidade com o porto.

Fonte: Diário do Nordeste

Fonte: Diário do Nordeste Edição Nº: 3984 - 20.01.2016